Foi pelo dia 14 de Setembro de 1994 que o Benfica deslocou-se ao estádio do Hajduk Split para disputar o primeiro desafio do Grupo C da Liga dos Campeões referente à 1994-95. O jogo foi transmitido na televisão e estádio estava cheio, ambiente infernal e adverso para o Benfica. Os adeptos croatas enchiam de moral a equipa com o seu enorme e incessante apoio. Nas bancadas um pequeno grupo de adeptos do Benfica, membros da claque No Name Boys, não mais que duas dezenas.
Entre eles encontrava-se Jorge Maurício, mais conhecido no meio Ultra por "Gullit", um fervoroso e incondicional adepto do Benfica. Mítico dirigente e um dos falecidos líderes da claque encarnada. O “Gullit” viajava para todo o lado. Assistia a todos os jogos com o intuito de apoiar o seu Benfica. Tinha o hábito de escrever, no verso dos bilhetes dos jogos a que assistia, uma "crónica" do jogo, onde relatava os acontecimentos relacionados com as claques antes, durante e depois do jogo. "Sempre presente", era o seu lema. Mais tarde, tornar-se-ia o lema de um grupo inteiro…
O jogo terminou com um empate a zero. Um resultado satisfatório.
Na viagem de regresso para Portugal, a carrinha que transportava alguns dos membros dos No Name despistou-se numa auto-estrada em Espanha. O acidente foi tão grave que chegou a ser fatal. Morreram três jovens adeptos do Benfica: a Rita, o Tino e o Jorge Maurício "Gullit". A má notícia correu depressa e chegou a Portugal.
O Jorge Maurício era um líder. Trajava sempre à Ultra e tinha um característico boné na cabeça do seu jogador preferido: Ruud Gullit, o lendário jogador holandês (daí a sua alcunha).
Em 1992 foi um dos que liderou o movimento de dissidentes dos Diabos Vermelhos que, descontentes com o rumo e a direcção da claque, formaram um outro grupo de apoio ao Benfica, numa bancada diferente, situada no topo sul do estádio. Foi o início daquilo a que mais tarde foi designado: Rapazes Sem Nome (No Name Boys), pois a direcção dos Diabos Vermelhos tinha registado o nome e a marca, não tendo sido possível aos “novos” Diabos Vermelhos manterem aquele nome.
No dia do funeral, no Estádio da Luz, estiveram presentes cerca de 500 elementos dos No Name à espera do “Gullit”. À espera do seu líder. Entre eles estavam também alguns elementos de outras claques do país, entre elas a Juve Leo, mostrando respeito e admiração pelo “adversário”, numa hora difícil.
Para terminar com esta referência deixo as palavras mais do que certas do "Gullit":
"Há pessoas que se dedicam à claque e gastam muitas horas, para aparecer meia dúzia de otários de vez em quando a estragar tudo. Não sejas mais um deles; Canta! Apoia o teu clube! Participa...." escreveu um dia numa publicação dos No Name. Ele sabia do que falava.
15 anos já passaram, mas o lema, esse, continua intacto. "Sempre presentes" o lema do grupo e que podia muito bem tornar-se no lema de muitos outros benfiquistas no geral.
9 Comments:
RIP GULLIT, RITA E TINO
SEMPRE PRESENTES SINCE 1992
Até podia estar melhor, mas mesmo assim boa homenagem e referência aos três. Cada vez melhor o blog. Keep going ;)
Rita, Tino e Gullit : D.E.P
RIP
Pessoal e que tal fazerem um tifo ou mostrarem uma tarja com os nomes deles?
Organizem-se pessoal
Paz à sua alma. Domingo uma vitória para lembrar este dia, em Maio um campeonato para celebrarem onde estiverem!!
Não Nos esquecemos — RIP Gullit.
Um abraço aos verdadeiros.
NN MARGINAIS NN
Em belem ninguem se lembrou dele nao..
vai ser homenagiado no proximo jogo ;)
Esta historia era-me desconhecida, mas devo dizer que fiquei impressionado ao lêr as tuas palavras, notava.se que este senhor tinha um enorme amor pelo clube e acima de tudo pela claque e que o pensamento dele é valida para a "nova geração " da claque, fica bem cumprimentos e que descanse em paz ; )
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